Em todos os jardins
Em todos os jardins Em todos os jardins hei-de florir, Em todos beberei a lua cheia, Quando enfim no meu fim eu possuir Todas as praias onde o mar ondeia. Um dia serei eu o mar e a areia, A tudo quanto existe me hei-de unir, E o meu sangue arrasta em cada veia Esse abraço que um dia se há-de abrir. Então receberei no meu desejo Todo o fogo que habita na floresta Conhecido por mim como um beijo. Então serei o ritmo das paisagens, A secreta abundância dessa festa Que eu via prometida nas imagens. | ||
Sophia de Mello Breyner Andresen (1919 - 2004) "Poesia I", 1944 | | |
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